João Falcão Sobrinho
Da janela do apartamento em que me hospedava em Macapá, eu podia
ver o imenso Amazonas descendo pachorrento, sem pressa, para depositar no
oceano a imensurável riqueza dos nutrientes que trazia desde suas nascentes no
mundo amazônico. (…) Um dos espetáculos mais belos que já pude ver em meus 81
anos de vida, assisti ali daquela janela: o nascer do sol como se o astro-rei
estivesse saindo de dentro do grande rio, tingindo de rubro a imensidão de suas
águas.
Podia
ver também os barcos ancorados no cais e observar o temperamento calmo dos
macapenses, como se a lerdeza do rio lhes impregnasse a própria alma. Tudo lá é
feito devagar, com calma, não adianta se apressar porque o barco só pode zarpar
quando o rio está cheio. Ali ancorado estava um barco de bom tamanho, cujo
destino era Afuá, após três horas e meia de navegação. Aos poucos, o barco foi
sendo tomado por centenas de passageiros com suas bagagens, redes e esperanças.
Em dado momento, um tripulante tirou as amarras do barco e, com
uma vara, afastou a proa da beira do cais, enquanto a prancha de acesso era
removida e a porteira era fechada. Nesse exato momento, surge na avenida uma
motocicleta em alta velocidade. Era um mototaxi com um passageiro na garupa. O
homem gritava e gesticulava, evidentemente pedindo para que esperassem por ele.
A moto chegou junto ao barco e, enquanto o passageiro tirava e devolvia o
capacete e pagava a corrida, o barco já estava fora do alcance do seu embarque.
O homem recolocou o capacete e voltou a montar na garupa da motocicleta
visivelmente transtornado. Perdeu o último barco para Afuá. Por curiosa ironia,
o nome do barco era FÉ EM DEUS. Eu vi um homem no cais em Macapá perder o barco
que tinha por nome “Fé em Deus”.
Provavelmente,
no dia seguinte, haveria outro barco para Afuá. Quem, porém, perder, não o
barco, mas a fé em Deus, não terá outro barco que o leve ao destino para onde
deseja ir sua alma, o destino da Glória.
Infelizmente, muitos homens e mulheres hoje estão no cais da
vida, mas perderam o barco da fé em Deus. Estão crendo em ídolos, em mitos, em
sistemas filosóficos, estão crendo em homens que se autodenominam
representantes de Deus, estão crendo em slogans promocionais de religião, estão
crendo em instituições religiosas, mas perderam a fé em Deus. Se não se
arrependerem e não abrirem o coração para uma verdadeira fé no verdadeiro Deus,
ficarão no cais da vida, ante-sala do inferno e nunca chegarão aonde, no fundo
no fundo, gostariam de chegar – o Paraiso.
Por amor à sua alma e ao seu destino na eternidade, não chegue
atrasado, não perca o barco FÉ EM DEUS. Creia em Deus, creia em Jesus Cristo
que morreu por você na cruz do Calvário. Creia enquanto é tempo, pois chegará o
momento em que você desejará embarcar, mas o barco da salvação já terá se
afastado rio adentro e você entrará em eterno desespero, nunca mais terá outra
chance de embarcar no único barco que poderá levá-lo à vida eterna: A fé em
Deus, a fé na graça da salvação, a fé no Cristo que por você morreu na cruz do
Calvário.
Não se atrase. Aceite hoje mesmo o Senhor Jesus pela fé. Não há
outro barco para a vida eterna. “Porque Deus tanto amou o mundo
que deu o seu Filho Unigênito,” Jesus, “para
que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”