sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
DOMINGO, 02 DE DEZEMBRO/12
O Cavalo de Tróia é uma estória conhecida da mitologia grega.
Após anos de tentativas infrutíferas de invadir a fortaleza de Tróia, os gregos
constroem um grande cavalo de madeira e o deixam às portas da cidade, como um
presente. Os troianos tomam o cavalo como símbolo de sua vitória e o levam para
dentro das muralhas, na praça central da cidade, sem saber que em seu interior
estava o inimigo. À noite, enquanto todos dormem, guerreiros saem de dentro do
cavalo e abrem os portões para que o exército grego entre e leve a cidade à
ruína. Essa estória incrível levou ao surgimento de várias expressões que
usamos hoje, sendo “cavalo de tróia” o termo genérico associado a vários vírus
de computador. Existe também a expressão “presente de grego”, algo recebido
como agradável, mas com consequências prejudiciais escondidas.
Todos
estamos hoje preocupados com a saúde física, emocional e espiritual de nossa
família. Isso é notório pela busca de moradias em condomínios fechados, com
câmeras e seguranças motorizados. Em nossos lares, usamos chaves codificadas e
“olho mágico” nas portas. Pesquisamos as escolas mais adequadas, com ambiente
que estimule o desenvolvimento da sua capacidade e cultura dos nossos filhos.
Buscamos conhecer os seus amigos e suas famílias, a fim de afastá-los de
influências que possam prejudicar o seu desenvolvimento.
Porém
todas estas muralhas que construímos em torno da nossa família de nada servem
quando trazemos para o centro do nosso lar o Cavalo de Tróia. A televisão é uma
comporta aberta que inunda a nossa casa com tudo o que lutamos para manter do
lado de fora: a violência, futilidade, vingança, sexo, pornografia,
materialismo. Enquanto celebramos a segurança das muralhas que construímos,
nossa mente está sendo destruída pelos guerreiros que saíram do cavalo que nós
mesmos colocamos em uma posição de destaque no centro de nossa sala.
A
televisão define a forma com que nos relacionamos, nos ensina novas expressões,
gírias, formas de tratamento, molda os nossos desejos e ambições. Enquanto
estamos nos divertindo em frente ao cavalo de Tróia, aprendemos como trair
criativamente, descobrimos novas formas de matar e infligir sofrimento,
aumentamos
nosso vocabulário de ofensas. Passamos o pouco tempo que temos em família –
nossas refeições e tempo livre – em frente ao cavalo. Usamos cavalos cada vez
maiores e com mais recursos – salas especiais, som, iluminação. Os sofás mais
confortáveis dos nossos lares estão diante do nosso cavalo de Tróia pessoal.
Alguns de nós, pensando que estamos trazendo conforto à nossa família, ainda
colocamos cavalinhos nos quartos e em vários cômodos da casa, aumentando o seu
poder de destruição.
A
televisão nos leva a querer o que não precisamos ter, nos leva a conhecer o que
não trará benefício, nos incentiva a sermos o que outras pessoas são, e não o
que nós mesmos somos.
Você
quer essa influência na sua família?
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